quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Corvo - Preview

Há alguns meses venho trabalhando em um conto baseado no filme 'O Corvo', de 1994. Algumas (poucas) pessoas se interessaram, e senti vontade de fazer uma preview. Qualquer erro, curiosidade, vontade de enfiar um lápis na minha garganta ou comentário, pode dizer. Sua opinião é muito importante. :D

*

Ellena Krave está morta, mas estranhamente, ela ainda vive. Sua alma atormentada não pode descansar em paz enquanto os vermes responsáveis pela morte dela e de seu irmão permanecem impunes. Assim, ela volta à vida em busca de vingança, guiada por um corvo sobrenatural.

Inimigo por inimigo, Elle se aproxima de seu propósito obscuro. Seu corpo não pode ser ferido, e a justiça é feita lentamente... Ninguém pode detê-la. Ela vive. Eles morrem.

Mas ela guarda um segredo perigoso, e se seus assassinos o descobrirem, nada poderá salva-la.

#

É véspera do Dia das Bruxas.

Pelas ruelas infestadas de mendigos e uma névoa densa, um vulto ágil movimenta-se como se fosse feito de sombras. Sua existência oculta pela noite é algo contraditório: Ela respira, mesmo que esteja morta.

Seu nome é Ellena Krave, mas ela prefere que a chamem de Elle. Sua vida está acabada, seus inimigos são seus assassinos, e o sorriso de tinta que traz em seu rosto pintado disfarça toda a dor que sentiu. A morte não é mais forte do que a sede de vingança que ela possui.

Finalmente, a luz toca sua figura incomum, revelando ao mundo sua forma. Os cabelos que já foram longos agora eram curtos e irregulares sobre os ombros, chicoteando com o vento no seu rosto inexpressivo. Os traços delicados foram cobertos pela maquiagem branca, os olhos castanhos traziam manchas negras nas pálpebras que se transformavam em linhas que subiam até a testa e desciam até as bochechas. Os lábios, também pintados de preto, tinham linhas curvadas nos cantos, formando um sorriso tão amedrontador quanto o corvo que pousou suave em seu ombro.

A ave agita as asas e voa tranquilamente sobre prédios abandonados, como se procurasse algo. Ele crocita nervoso, assim como fez na sepultura esquecida dela há algumas horas. Pousa em um beco próximo, enquanto Elle salta testando o poder dentro dela. Um homem solitário no beco olha para ela indiferente e cauteloso.

Ela faz uma careta enojada ao lembrar de onde o conhecia. Era um assassino, um dos vermes repugnantes que mataram ela e o irmão.

A mulher sorri pela primeira vez naquela noite. A roupa preta não a aquecia muito bem, e ela tremia a cada rajada mais forte do vento frio, mas era confortável e não limitava os movimentos. O olhar dela era uma ameaça clara. A raiva pareceu se irradiar por todo o seu corpo, mais quente, e a boca de Elle se repuxou em um sorriso cruel.

4 comentários:

Pessoas que não comentam estão sujeitas a serem completamente drenadas por mim e meus dentes. Sério. >:D