sábado, 27 de março de 2010

The Raper



Não grite, meu amor, não há outro caminho.
Eu quero você, e agora vou tê-la.
Você sabe que eu amo você, minha querida.
Você é minha, por isso não fale uma palavra.


Pare de gritar, de chorar e de se debater.
Você é minha, garota, não me diga para parar.
Eu quero você e eu vou ter você.
Você é minha, por isso não fale uma palavra.


Aqui e agora, vou levar embora a alma que nunca foi sua.
Você me pertence, então não implore minha misericórdia inexistente.
Você pertence a mim e à minha vontade.
Você é minha, por isso não fale uma palavra.


Eu quero que você e eu vou ter você.
Cale-se, vadia! Você é minha!
Fique quieta e me obedeça.
Você é minha e eu a quero.


Eu te amo, entende? Eu amo você.
A culpa é sua, eu disse que a queria.
Eu lhe disse, eu disse a você.
Você é minha e eu a quero.


Você é tão linda, não tente cobrir-se.
Isso dói? Eu não me importo.
Você nunca se importou em me usar.
Você é minha e eu a quero.


Eu queria que você soubesse que eu a amo mais do que tudo.
Eu queria que você soubesse que sou forte e vou protegê-la.
Eu queria que soubesse que sou forte e vou fazer o que quiser de você.
Eu queria que você soubesse que eu nunca qui lhe causar nenhuma dor.
Você é minha, eu disse, e eu a quero mais do que minha própria vida.
Você é minha, por isso não fale uma palavra.


*


Por incrível que pareça, mesmo escrevendo esse tipo de coisa com temática suicida e um tanto suspeita, eu sou normal. Pelo menos eu acho que sim. '-'


Não sei fazer poemas. Eu realmente não sei.

segunda-feira, 22 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tietando - Parte I


#
Loucos e Santos* - Oscar Wilde.


'Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. (...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.'


*Santos, no sentido de sãos, sensatos. (y)
Esse é o meu favorito... Quem quer escrever como ele levanta a mão!!! o/

segunda-feira, 15 de março de 2010

Join me In Death


A noite é fria. A chuva gelada cai sobre minha pele morna, e a lembrança de seu corpo quente em meus braços é tão vívida que chego a sentir seu hálito e seus lábios deslizando sobre minha pele, sem me beijar.


Pagaria qualquer preço para sentir esse gosto novamente. A dor cresce ainda mais, gotejando como ácido em minhas veias. Minhas mãos acariciam o rosto inexpressivo por um momento. Meus dedos tocam a face bem-desenhada, os cachos bem-feitos do cabelo escuro, contornam os lábios perfeitos e quase sem cor. O mundo era puro silêncio.


– Tão... Bonito. – murmuro, tão trêmula e relutante quanto a beleza que hesitava em deixá-lo. Meus braços permanecem firmes ao redor de seu corpo, os dedos como travas em seus ombros. Ele parecia frágil como uma criança pequena.


Pressionei a boca em sua testa fria. O gosto convidativo de sua pele era quase imperceptível, e o fluxo agradável do sangue através de sua pele fina desaparecera por completo. Ele tinha gosto de vida, e eu nunca esperei menos dele, afinal, partira de minha vida exatamente como chegara à ela: sem motivos, sem razões.


Beijei a pele macia do pescoço alvo e minhas mãos o soltaram carinhosamente no chão. Agora fazia sentido, e nada importava. Eu mesma não significava nada. Tudo era pouco. Nós dois, juntos, éramos mais que o mundo.Sem ele, eu não era nada. Segurei o metal frio e molhado da arma com os dedos trêmulos, erguendo devagar, cautelosamente, na altura do peito. Manchas de um escarlate úmido e desbotado tingiam a camisa branca que se misturava à palidez de sua pele. O rosto permanecia sereno, como se ele estivesse dormindo. Mas ele jamais acordaria.


Não cogitei pensar se suportaria sua ausência. Não correria o risco de perdê-lo também. Eu prometera amá-lo na saúde, na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza até que a morte nos separasse. Mas eu não deixaria isso acontecer.


Respirei fundo, sentindo o pulsar irritante e doloroso do meu coração. Segurei a arma com firmeza entre as duas mãos e apertei o gatilho.


Uma. Duas. Três vezes. Eu não queria esperar.


A arma caiu de meus dedos ensangüentados quando senti a morte invadir meu corpo com facilidade. Desabei ao lado dele, e gemi, surpresa com a dor. Minha mão direita segurava a sua, e a esquerda tentava inutilmente manter meu sangue dentro do corpo. Desisti e acariciei a palidez marmórea de suas faces. Eu também sangrava por dentro, e sentia o ar entrar por meus pulmões como navalhas minúsculas e afiadas. Sorri, sentindo que não faltava muito.
Abraçada ao seu corpo inerte, esperei para morrer.


#

Inspirada em Join Me In Death - HIM.

Pesadelo

Eu não me lembro direito de como começou. Lembro de estar deitada, e de ter o corpo pesado demais para me mexer. O ambiente era escuro, e de alguma forma gostei disso - meus olhos sempre reclamavam de muita luz. O torpor e o sono não natural me fizeram pensar ser algum sedativo, ou uma leve tontura. Mas o que mais me preocupava era o tipo de lugar onde eu estava.


Fiz um movimento mínimo com a ponta dos dedos, sentindo a superfície macia sob minhas mãos. Algo limitava os movimentos dos meus pulsos e percebi que estavam presos. Porque alguém me prenderia? Passei a língua sobre os lábios, sentindo o gosto metálico de sangue. Frazi o cenho, e minha testa latejou. Não me lembrava de estar sangrando.


Soltei o ar pela boca.


Um tubo fino passava ao lado do meu corpo e parecia conectar-se à possível fissura na pele do meu braço. Agulhas intravenosas. A idéia fez com que eu me sentisse enjoada. Arfei.


As sombras no fundo do cômodo tomaram a forma de um vulto. A luz tocou seu rosto pálido e os olhos tão escuros quanto seu terno me fitaram com ira e desprezo. Seus lábios se retorceram em um sorriso torto e cruel. Estremeci ao olhar sua expressão, uma mistura impiedosa de sadismo e sede de vingança. O tubo pareceu encher-se de algo que ardeu ao percorrer minhas veias. A sensação era desconfortável, concentrava-se em certos pontos do meu corpo e intensificava-se ali. Nas pontas dos dedos, no pescoço, nos pulsos, na pele dos ombros e no peito parecia queimar. A vulnerabilidade, o medo e a frustração faziam lágrimas caírem pelo meu rosto.


O estranho sentou-se ao meu lado e, se entregando ao deleite, divertia-se com a minha dor. Em silêncio, seu dedo indicador tocou uma das minhas lágrimas. Estava difícil respirar. Era demais. A dor me retorcia nas amarras, me arruinando como uma corrente elétrica. O estranho brincava distraidamente com uma mecha do meu cabelo. Por um instante, me senti prestes a... Oh meu Deus.


Eu ia dizer 'morrer'.


- Por quê? - sussurrei.


Em resposta, o estranho apenas sorriu. Aproximou-se, a respiração em meu pescoço, contida e regular. A boca cheia e bem desenhada tocou a minha face e murmurou friamente contra ela. E sua voz, suave e tranquilamente cortou o ar, conhecida demais para que eu não pudesse me chocar. Chocante demais para que eu não pudesse reconhecer.


- Você merece. - o tom alterado da voz rouca pareceu envolver as palavras com ácido para me ferir ainda mais.


Acordei sobressaltada.


Olhei por um instante para os travesseiros tortos e os cobertores desarrumados. Meus olhos vagaram pelo quarto, passando pela estante recheada de livros, e pelo resto... Tudo normal. Fixei meu olhar na escrivaninha. Sobre ela, meu netbook laranja parecia me chamar. A sensação era estranha.


Me encolhi. Algumas lágrimas caíram pelo canto dos meus olhos e desceram até o queixo. Fui até o banheiro fazer minha higiene matinal e lavar meu rosto. Abri um pouco as cortinas e revelando céu cinzento por trás delas. Eu sabia que escrever aquilo me faria bem. Me movi mecanicamente até o computador e o liguei.


Soltei um suspiro pesado. E fiz o que sempre faço: Escrever.


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'O fogo enrijece aquilo o que não consome.' - Oscar Wilde.
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Para Bruna Galvão.
Obrigada por me deixar ler suas histórias de terror.
Espero que isso agrade você. Eu fiz com o mesmo carinho que você tem pela sua agenda da Pucca. :B

sexta-feira, 5 de março de 2010

formspring.me

Não pergunte nada idiota, ou vamos ter sangue espirrando na tela do pc. Sério. >:D http://formspring.me/LaizD